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A congregação não canta

    É segunda-feira, e você faz uma reflexão do culto de domingo e lembra que quase ninguém cantou junto com você durante o louvor.

    É tão fácil culpar a congregação – afinal de contas, as músicas que você escolheu eram os melhores refrãos de louvor, e você até melhorou alguns hinos, mas a congregação não canta.

    Eles apenas ficaram parados olhando para você, mudos e aparentemente desinteressados.

    Claro que foi culpa da congregação: eles são espiritualmente imaturos e não são sofisticados musicalmente … ou são?

    O problema geralmente não é a congregação, é você!

    É hora de abordar um problema que parece ser cada vez mais predominante nas igrejas: as pessoas não conseguem cantar as músicas porque elas estão em um tom fora do alcance da congregação.

    As músicas são originalmente gravadas num tom próprio para promover o vocalista principal na gravação.

    Quando ouvimos a canção original, tudo soa tão legal com todas aquelas notas altas e arranjos que o cantor colocou na performance do CD, e é nosso desejo que a música capture a mesma energia e excitação da gravação.

    Então acontece o desastre de muitos: ignorar o tom que atenda as zonas de canto confortável para nós e a congregação.

    Tessitura vocal

    Abaixo está um gráfico que ilustra intervalos de canto convencionais, em todo o espectro, para a maioria das pessoas.

    Chamamos esses conjuntos de intervalos de TESSITURA.

    Tessitura vocal seria, numa linguagem simples, o nome que utilizamos para medir a quantidade de intervalos (notas musicais) que um voz consegue executar

    Cada voz mantém um determinado nível de tessitura. Alguns têm vozes baixas e outros médios ou altos.

    Geralmente em coros, rotulamos os cantores de soprano, contralto, tenor ou baixo, a fim de encontrar uma parte para cantar, mas quando cantamos a melodia juntos em um ambiente congregacional, devemos encontrar o alcance médio em que a maioria das pessoas pode cantar.

    Esse alcance é consideravelmente limitado, mas devemos considerar o alcance congregacional como nossa prioridade ao escolher músicas para um culto e evitar que a congregação não cante.

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    Determinar antecipadamente o alcance vocal correto ajuda nosso povo a se envolver em adoração. O público é o vocalista!

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    Você notará no primeiro diagrama, o tenor e soprano (apesar da diferença de oitavas) mantêm-se alcance das notas confortáveis dentro da faixa de canto congregacional.

    É por isso que, quando os contraltos e barítonos escolhem o tom de música para um culto confortáveis para suas vozes, geralmente é muito alto ou muito baixo para a congregação comum.

    O que fazer?

    Não repreenda a sua congregação por não cantar com você, líder de louvor. Muito provavelmente eles estão em silêncio porque você não fez sua lição de casa para encontrar o tom correto da música.

    Você descobrirá que às vezes as músicas terão um verso baixo e um refrão alto e vice-versa, mas isso não será problema.

    O problema maior é quando a maior parte da canção está num tom desconfortável para a maioria.

    Eu já tive que adaptar muitas canções para a congregação e outras tive que retirar do meu repertório.

    Certo dia cantei uma canção onde o verso era muito baixo na melodia, mas quando eu cantei o refrão, tudo bem. Então deixei que um contralto fizesse a primeira parte e no refrão todos cantamos juntos. Não tenho certeza se farei a música novamente, mesmo que seja por um grande artista e um grande sucesso de rádio!

    O princípio da tessitura vocal congregacional também é uma ferramenta útil para escrever músicas.

    Não vá abaixo do Bb no diagrama, ou acima de um D na melodia.

    Se a música é escrita para cantar no grupo da congregação, as chances são de que as pessoas se apressem em se juntar a você.

    Com certeza existem muitos outros fatores a considerar em relação ao sucesso de uma música, mas queremos deixar apenas essa consideração nesse post!

    Lembre-se: Você é um levita (servo) e não um estrela de show. O importante é realmente ser um servo de nossa congregação e não usar o púlpito para ter a oportunidade de mostrar nossas habilidades vocais .


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